domingo, 13 de março de 2011

FÁTUO

No encanto inocente do teu riso carente,
Fez-me santo indigente a implorar reluzente
Pelo beijo ardente da sua boca dolente,
A satisfazer o prazer eloqüente deste indecente.

Procura insensata da felicidade imprudente,
De vida tresloucada sem causa, meio ou fim.
Sedução desmedida no amor impaciente,
Momentos irreais, não vividos, só desejados.

Paixão fugaz de razão inconseqüente
Sem medo do certo e do exato, sem nexo!
Lógica abandonada na vida desgraçada,
Que dói e machuca o coração inconveniente.

Deixou-me seduzido pelo canto atrevido,
Desejo dolorido por não ter-te merecido,
Estou exaurido por haver o amor perdido!

Nunca penses que és livre.
Estás permanentemente,
Cativa nos meus devaneios.

(Daez Savó)

2 comentários:

  1. Que poema diferente mas dá vontade de ler até o fim para saber o final.
    Começa com rimas calmas no meio um homem sofrido
    com a sentença de pecado.
    No final chega à conclusão que amou muito, mas
    de tanto amor prende a amada nos seus pensamentos.
    Mas fica bem claro que foi o apaixonado que ficou preso na teia da paixão.
    Mas decreta que ela fique retida no cativeiro dele.
    Adorável ! daria uma peça de muito envolvimento
    são atitudes de todos os humanos apaixonados.
    Amei ... poeta belo demais.
    beijos da Sol Holme.

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  2. "Abraçava-te no meu frio,
    Nos lençóis do meu pensamento.
    Cobria meu corpo com o teu.
    Pedí ao tempo guarita.
    Deitei-me no colo da esperança.
    Espera infrutífera,
    Inútil... ( Pássaro Cativo )

    "Momentos irreais não vividos só desejados", só sonhados!

    Amo cada poema seu meu amigo Poeta das Minas Gerais...Beijo

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