domingo, 1 de maio de 2011

ESPELHO

Eu me vejo no espelho e te vejo,
Também, cada manhã,
Oh! Vida!

Eu te vejo na luz refletida
Em horas de sol dourado,
Entrando forte
Com a claridade infinita de sons
Do mundo lá de fora;

No cinza de cada dia
Que amanhece sem luz,
Melancolicamente doce;

Nas goteiras cantantes
Das manhãs de chuva,
Que caem preguiçosamente.

Mas, também vejo,
Os meus cabelos que embranquecem
Já sem aquelas timidez do começo;
As rugas que vincam a face;

O cansaço que esmaece o brilho
Dos olhos, encobrindo a inquietude indagação
Do até quando.

Eu me olho no espelho
E te vejo cada manhã
Oh! Morte!

(Daez Savó)

2 comentários:

  1. Saudação nobre poeta!
    Parabéns por tão lindo poema
    Elegância sutíl,simplicidade,sofisticação
    Fragmentos d'alma á luz dos espelhos,
    sensibilidade.
    Maravilhoso poema!!
    Abraços fraternos

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  2. "Eu me vejo no espelho e te vejo,
    Também, cada manhã,
    Oh! Vida"!........................Me encantei com seus poemas...tá no meu coração...sempre! bjsss

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